Drogas e Direitos Humanos
[...] Uma abordagem do fenômeno das drogas compromissada com a defesa dos Direitos Humanos é tarefa cara para o movimento de Redução de Danos. Construímos, com nossa militância, uma ponte entre as políticas e movimentos de luta contra a Aids e de Reforma Psiquiátrica. Todos nós, militantes de ambos os movimentos, somos e/ou trabalhamos com populações sobre as quais recaem os efeitos de dispositivos de disciplinamento e controle, historicamente constituídos: os loucos, as bixas, os drogados, as travecas, as putas. A escória. As políticas públicas orientadas a estas pessoas foram historicamente constituídas visando esquadrinhamento e normalização, e não a promoção de saúde e cidadania. Afinal, nunca é demais lembrar que as relações homoafetivas foram consideradas patológicas até muito recentemente, e que ainda hoje é difícil a trabalhadores de saúde reconhecer a possibilidade de um uso recreativo e equilibrado de drogas ilícitas. Em ambos os casos, diagnósticos que articulam discursos morais. [...]